“Porque não consigo engravidar?”
Foi esta a pergunta que a Maria me fez quando marcou uma consulta comigo. Agora estava nas minhas mãos descobrir o porquê.
Confesso que estava com algum receio de não lhe conseguir ajudar… Nem sempre é fácil descobrir o verdadeiro “porquê” das coisas (não) acontecerem. E quando o descobrimos, nem sempre é fácil explicá-lo à pessoa de maneira a que se dê um “clique” na sua cabeça.
Mas com a Maria consegui, felizmente, ambas as coisas.
Eu e a Maria já nos conhecíamos há algum tempo, pois tínhamos trabalhado juntas. Apesar de nos vermos com pouca frequência, eu sabia que ela tinha passado por uma fase extremamente difícil, longa e dolorosa quando tentou engravidar pela primeira vez.
Um dia contactei a Maria para conhecer a sua filha e saber um pouco mais sobre o seu caso, pois tinha tirado um pequeno curso de Feng Shui ligado ao tema da maternidade e queria estudar casos reais.
Dizem que nada acontece por acaso e, de facto, não deve ter sido mesmo por acaso que eu contactei a Maria para falar sobre esse assunto, uma vez que anos mais tarde foi ela que me procurou quando se viu novamente a par com a mesma situação.
Quem controla a tua vida é o teu subconsciente
Já muito se disse acerca do poder que o nosso subconsciente tem e de como ele joga um papel determinante em tudo o que nos acontece. Mas por alguma razão nós continuamos a fazer a nossa vida como sempre fizemos, esperando que um dia as coisas se deem da maneira como sempre as idealizámos apenas por esforço nosso.
De facto, isso pode acontecer. Mas até isso tem uma explicação “subconsciente”. No entanto, não é desses casos que eu quero falar aqui hoje.
Ao contrário daquilo que nós pensamos, é a nossa mente inconsciente que comanda 90% da nossa vida e não a nossa mente consciente. Quando elas estão em sintonia, querendo ambas a mesma coisa, tudo aquilo que tu queres realiza-se. Mas quando isso não acontece, as coisas simplesmente não se dão, uma vez que a tua mente inconsciente consegue ser mais forte do que tu.
E o é que isto significa mais especificamente?
Significa que, conscientemente, tu até podes querer muito ter um filho, mas inconscientemente não.
Porquê?
Porque existem medos, traumas ou qualquer outro tipo de bloqueios gerados ao longo da tua vida que o teu subconsciente foi guardando e que agora, por qualquer razão, foram despoletados pelo teu desejo de estar grávida. E até que eles sejam reconhecidos e ultrapassados, eles irão entrar em cena quando menos esperares, sabotando questões importantes da tua vida.
Era precisamente isso o que estava a acontecer com a Maria.
O terapeuta pode até indicar-te onde está a porta, mas és tu que a tens de passar.
Ultrapassar crenças que se foram formando ao longo da nossa vida (sobretudo durante a infância) e que agora estão a bloquear algo que desejamos muito não é fácil. Mas a Maria foi exímia nisso!
Depois de eu ter identificado a raiz do seu problema e de lhe ter dado algumas sugestões de como é que ela o poderia ultrapassar, a Maria fez o seu trabalho de casa como ninguém.
E fê-lo de tal forma bem, que passado pouco tempo recebi a maravilhosa notícia de que ela tinha finalmente conseguido engravidar. :)
Aqui fica o seu testemunho
Se não conhecesse a Raquel, talvez não me lembrasse do Feng Shui para ajudar a resolver desequilíbrios na vida pessoal. Ainda assim, a ideia que tinha estava longe de corresponder a toda a abrangência e profundidade da intervenção de uma sessão de Feng Shui, ou do que ela despoleta.
Há uns anos atrás, quando tive a minha primeira filha, a Raquel combinou um lanche comigo para nos revermos, conhecer a bebé e falarmos um pouco de como o Feng Shui também se cruza com o tema da infertilidade, pois conhecia cada vez mais pessoas que, como eu, passam anos a debater-se com este problema, quase sempre sem se falar muito no assunto. A infertilidade é como um iceberg, só se vê a ponta, mas debaixo da superfície a sua dimensão é gigantesca.
Na altura partilhei plantas da minha casa, mais para case study da Raquel do que para outra coisa, pois estava toda feliz com o nascimento da minha bebé. Só voltei a lembrar-me deste episódio no ano passado, depois do insucesso ao tentar ter outro filho.
Pensei que escolher a divisão certa para o quarto de casal e dar mais alguma atenção à casa seria uma ajuda, mas na verdade foi uma viagem introspetiva como eu não imaginava! E foi um olhar para a vida, para a nossa infância, para as nossas escolhas, por uma perspetiva que eu nunca tinha experimentado. Por vezes acontecem coisas aparentemente contraditórias nas nossas vidas, mas é porque não estamos a ver “the big picture” ou não estamos a saber comunicar bem ou da forma certa com o nosso eu mais subconsciente.
Que viagem, Raquel! Obrigada do fundo do coração – sei que também fazes estas coisas com o coração.
Ah! É verdade, estou a 3 meses de ter o meu segundo tão desejado filho.
- Maria Nogueira –