Para refletires

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O Sonho do Monge

Qual a verdadeira diferença entre o céu e o inferno?

Certo dia, um monge beneditino já muito velho, estava a fazer as suas orações e a pensar que em breve morreria devido à sua avançada idade.

Apesar da sua fé, ele tinha muita curiosidade em saber sobre como seria a vida depois da morte, principalmente o céu e o inferno.

Nessa noite, o monge foi visitado nos seus sonhos por um anjo que lhe perguntou se ele gostaria de visitar o céu e o inferno.

O monge, cheio de curiosidade, aceitou a proposta do anjo e os dois partiram, primeiro, para o inferno.

Lá, as almas eram tristes, magras, com um olhar vazio e de aspeto doente. No entanto, no meio do inferno havia uma grande mesa onde eram servidas as melhores iguarias. Os pratos tinham um aspeto tão saboroso e cheiravam tão bem, que até o monge ficou com água na boca.

Ele então perguntou ao anjo:

- Porque é que essas almas não podem comer?

- Eles podem, mas não conseguem. Repara nos braços delas, os seus cotovelos dobram para trás. Assim, mesmo que consigam pegar na comida, não a conseguem levar à boca.

Depois de visitarem o resto do inferno, os dois partiram para conhecer o céu.

Ao entrar no céu, o monge reparou que as almas ali eram alegres, sorridentes, coradas e com um aspeto saudável. Elas chegavam mesmo a ser um pouco rechonchudinhas. No meio do paraíso também se encontrava uma mesa idêntica à do inferno com a mesma comida deliciosa.

Achando que tinha conseguido perceber a diferença entre o céu e o inferno, o monge perguntou:

- Ah, aqui os cotovelos dobram para frente e por isso é que as almas conseguem comer?

- Não, aqui todos têm os cotovelos dobrados para trás também.

- Mas estão todos gordinhos! Como é que conseguem comer?

- Porque aqui as almas alimentam-se umas às outras.

Se queres alguma coisa, dá.

- Deepak Chopra

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A Ilha dos Sentimentos

Como compreender o Amor?

Conta a história que havia uma ilha onde moravam todos os sentimentos: a Alegria, a Tristeza, a Sabedoria e todos os outros. Um dia foi feito um aviso de que aquela ilha iria se afundar. Os sentimentos começaram então a apressar-se para sair dela.

Pegaram assim nos seus barcos e partiram, mas o Amor ficou para trás pois queria ficar mais um pouco na ilha antes que ela se afundasse. Quando, por fim, a ilha estava quase a desaparecer o Amor começou a pedir ajuda. Nesse momento a Riqueza passou num lindo barco e o Amor disse-lhe:

- Riqueza, leva-me contigo.

- Não posso. Há muito ouro e prata no meu barco. Não há lugar para ti.

Então ele pediu ajuda à Vaidade, que também vinha a passar:

- Vaidade, por favor, ajuda-me.

- Não te posso ajudar Amor, tu estás todo molhado e poderias estragar o meu barco novo.

O Amor pediu então ajuda à Tristeza:

- Tristeza, leva-me contigo.

- Ah, Amor, eu estou tão triste que prefiro ir sozinha.

Também passou a Alegria, mas ela estava tão alegre que nem ouviu o Amor chamar por ela.

Já desesperado, o Amor começou a chorar. Foi quando ouviu uma voz chamar:

- Vem Amor, eu levo-te.

Era um velhinho. O Amor ficou tão feliz que até se esqueceu de perguntar o nome dele. Ao chegar a uma nova ilha, ele perguntou à Sabedoria:

- Sabedoria, quem era aquele velhinho que me trouxe até aqui?

E a Sabedoria respondeu:

- Era o Tempo.

- O Tempo? Mas porque é que só o Tempo foi capaz de me trazer?

- Porque só o Tempo é capaz de entender o Amor.

Não há nada melhor do que os ensinamentos do tempo.

- Autor desconhecido

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Cuida do que é mais importante

Será que sabemos o que isso é?

Era uma vez um jovem que recebeu do seu rei a tarefa de levar uma mensagem e alguns diamantes a outro rei de uma terra distante. Para ajudá-lo nesta importante missão, foi-lhe dado também o melhor cavalo do reino.

- Cuida do que é mais importante e cumprirás a tua missão - disse o soberano ao se despedir do jovem.

E assim o jovem preparou o seu alforje. Escondeu a mensagem na bainha das calças e colocou os diamantes numa bolsa de couro presa à cintura debaixo das suas vestes.

Pela manhã bem cedo, desapareceu no horizonte. E não pensava sequer em falhar. Queria que todo o reino soubesse que era um nobre e valente rapaz, pronto para desposar a princesa. Aliás, era esse o seu sonho e parecia que a princesa correspondia às suas esperanças.

Para cumprir rapidamente a sua tarefa, por vezes deixava a estrada e tomava atalhos que sacrificavam a sua montaria, acabando por exigir demasiado do seu animal. Quando parava numa estalagem, deixava o cavalo ao relento. Por vezes nem sequer lhe tirava a sela ou a carga, e tampouco se preocupava em lhe dar de beber ou comer.

- Assim, meu jovem, irás acabar por perder o animal - disse alguém.

- Não me importo - respondeu ele. - Tenho dinheiro. Se este morrer, compro outro. Nenhuma falta me fará.

Com o passar dos dias e sob tamanho esforço, o pobre animal não suportou mais os maus tratos e caiu morto na estrada.

O jovem simplesmente amaldiçoou-o e continuou a sua viagem a pé. Mas, como naquela região havia poucas fazendas e as suas casas eram muito distantes umas das outras, em poucas horas o rapaz deu-se conta da falta que o animal lhe fazia.

Estava exausto e sedento. Já tinha deixado pelo caminho toda a sua tralha com exceção dos diamantes, pois lembrava-se da recomendação do rei: “Cuida do que é mais importante!” O seu passo foi-se tornando cada vez mais curto e lento e as paragens frequentes e longas. Como sabia que poderia cair a qualquer momento e temendo ser assaltado, escondeu os diamantes no salto da sua bota.

Mais tarde, caiu exausto no pó da estrada onde ficou desmaiado por um longo tempo, até que uma caravana de comerciantes que seguia viagem para o seu reino encontrou-o e cuidou dele.

Quando o jovem recuperou os sentidos estava de volta à sua cidade. Imediatamente foi ter com o rei para lhe contar o que lhe havia acontecido e, sem qualquer tipo de remorso, atirou as culpas do seu insucesso ao cavalo fraco e doente que recebera.

- Porém, majestade, conforme a sua recomendação, cuidei do que é mais importante! E, por isso, aqui estão os diamantes que me confiou. Devolvo-os a si. Não perdi um sequer!

O rei recebeu os diamantes das mãos do rapaz com tristeza e mandou-o embora, mostrando uma completa frieza perante os seus argumentos. Abatido, o jovem deixou o palácio arrasado. Em casa, ao tirar a roupa suja, encontrou na bainha das suas calças a mensagem do rei que dizia:

“Ao meu irmão, rei da terra do Norte. O jovem que te envio é candidato a casar com a minha filha. Esta jornada é um teste. Dei-lhe alguns diamantes e um bom cavalo. Recomendei-lhe que cuidasse do que é mais importante. Faz-me, portanto, este grande favor e verifica o estado do cavalo. Se o animal estiver forte e viçoso, saberei que o jovem é fiel e que sabe reconhecer quem o auxilia na sua jornada. Se, porém, perder o animal e apenas guardar os diamantes, não será um bom marido nem rei, pois terá olhos apenas para o tesouro do reino e não dará importância à rainha nem àqueles que o servem.”

A ganância faz o indivíduo pensar que está a ser inteligente.

- Yaponan Magni

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O Arqueiro

Quando a vontade de vencer nos impede de atingir o alvo.

“Quando um arqueiro faz tiro ao alvo, só para praticar, ele aplica toda a sua perícia.

Mas se o objetivo for vencer um prémio, nem que seja uma taça sem valor, ele fica nervoso.

E se o prémio for de ouro então, ele fica cego ou começa a ver dois alvos.

E treme ao preparar o arco.

A sua perícia não mudou, mas o prémio divide-o.

Preocupa-se.

Pensa mais em ganhar do que em atirar.

Mas o seu desejo de ganhar impede-o de usar toda a sua perícia.”

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Lições que aprendi com a vida

De todos os ensinamentos que a vida me ensinou, o mais importante que aprendi foi isto…

Nota: autoria do texto desconhecida

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Sabedoria Africana

Um sábio provérbio africano diz o seguinte…

Nota: autoria do texto de @freshandgreen_

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Kintsugi

A arte de saber abraçar as imperfeições.

Há beleza e humildade na imperfeição.
— Guillermo del Toro
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O Problema

“Para beber vinho numa taça cheia de chá é necessário primeiro deitar fora o chá para, então, beber o vinho.”

Para beber vinho numa taça cheia de chá é necessário primeiro deitar fora o chá para, então, beber o vinho.
— Provérbio Chinês
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A Troca

Será esta uma das lições mais difíceis de aprender?

Uma antiga lenda norueguesa narra um episódio sobre um homem chamado Haakon que cuidava de uma ermida à qual muita gente vinha orar com devoção. Nesta ermida havia uma cruz muito antiga e muitos vinham ali para pedir a Cristo que fizesse algum milagre.

Um dia, o eremita Haakon também quis pedir-lhe um favor. Impulsionava-o um sentimento generoso. Ajoelhou-se diante da cruz e disse:

- Senhor, quero padecer por vós. Deixai-me ocupar o vosso lugar. Quero substituir-vos na cruz.

E permaneceu com o olhar pendente na cruz, como quem espera uma resposta. Para sua grande surpresa, o Senhor abriu os lábios e falou:

- Meu bom homem, cedo ao teu desejo, mas com uma condição.

- Qual é, Senhor? - perguntou Haakon com um acento ansioso e suplicante.

- Escuta-me bem: aconteça o que acontecer e vejas tu o que vires, deves guardar sempre silêncio.

- Prometo, Senhor!

E fizeram a troca sem que ninguém tivesse percebido. Ninguém reconheceu o eremita na cruz. Quanto ao Senhor, este ocupava o lugar de Haakon.

Durante muito tempo Haakon conseguiu cumprir a sua promessa e não disse nada a ninguém.

Um dia, porém, chegou um homem rico. Depois de orar, deixou ali esquecida a sua bolsa. Haakon viu-o e calou. Também não disse nada quando um homem pobre, que veio duas horas mais tarde, se apropriou da bolsa do rico. Nem quando um rapaz se prostou diante dele, pouco depois, para lhe pedir a sua graça antes de empreender numa longa viagem.

Nesse momento o homem rico voltou a entrar na ermida em busca da sua bolsa. Como não a encontrou, pensou que o rapaz tinha-se apropriado dela. Voltou-se então para ele, interpelando-o com raiva:

- Dá-me a bolsa que roubaste!

O jovem, surpreso, replicou-lhe:

- Não roubei nenhuma bolsa!

- Não mintas! Devolve-ma já!

- Repito que não apanhei nenhuma bolsa!

O homem rico atirou-se furioso contra ele. Foi quando uma forte voz soou então:

- Para!

O rico olhou para cima e viu que a imagem lhe falava. Haakon, que não conseguiu permanecer em silêncio diante daquela injustiça, gritou-lhe, defendeu o jovem e censurou o rico pela falsa acusação. Este ficou aniquilado e saiu da ermida. O jovem saiu também, porque tinha pressa para empreender na sua viagem.

Quando a ermida ficou vazia, Cristo dirigiu-se a Haakon e disse-lhe:

- Desce da cruz. Não serves para ocupar o meu lugar. Não soubeste guardar silêncio.

- Mas, Senhor, como poderia eu permitir esta injustiça?

Trocaram de lugar. Cristo voltou a ocupar a cruz e o eremita permaneceu diante dela. O Senhor continuou a falar-lhe:

- Tu não sabias que era conveniente para o rico perder a bolsa, pois trazia nela o preço da virgindade de uma jovem. O pobre, pelo contrário, tinha necessidade desse dinheiro. Quanto ao rapaz que ia receber os golpes, as suas feridas tê-lo-iam impedido de fazer a viagem que, para ele, acabou por ser fatal. Faz uns minutos que o seu barco acabou de soçobrar e ele afogou-se. Tu também não sabias isto, mas Eu sim, E por isso me calo.

E assim tornou a guardar silêncio.

Nem sempre as coisas são como parecem.

- Fedro

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A Fábula do Burro, do Tigre e do Leão

“Quando a ignorância grita, a inteligência cala.”

Um belo dia o burro virou-se para o tigre e disse-lhe:

- A relva é azul.

Prontamente o tigre respondeu:

- Não, a relva é verde.

A discussão aqueceu e os dois decidiram submeter o assunto a uma arbitragem, levando-o ao leão, o Rei da Selva.

Mesmo antes de chegarem à clareira da floresta, onde o leão estava sentado no seu trono, o burro começou a gritar:

- Sua Alteza, não é verdade que a relva é azul?

Ao que leão respondeu:

- É verdade, sim. A relva é azul.

O burro apressou-se e continuou:

- O tigre discorda de mim, contradiz-me e irrita-me. Por favor castigue-o!

O rei declarou então:

- O tigre será punido com 5 anos de silêncio.

O burro saltou alegremente e seguiu o seu caminho contente, repetindo:

- A relva é azul! A relva é azul! A relva é azul!

O tigre aceitou o castigo, mas antes perguntou ao leão:

- Vossa Majestade, porque me castigou? Afinal, a relva é verde.

O leão respondeu:

- Na verdade, a relva é verde sim.

O tigre perguntou:

- Então porque me está a castigar?

Ao que leão respondeu:

- Isto não tem nada a ver com a questão de saber se a relva é verde ou azul. A tua punição deve-se ao facto de uma criatura corajosa e inteligente como tu ter perdido tempo a discutir com um burro e ainda por cima vir incomodar-me com esta questão.

A pior perda de tempo é discutir com aqueles que não se preocupam com a verdade ou com a realidade dos factos, mas apenas com a vitória das suas crenças e ilusões. Nunca percas tempo com argumentos que não fazem sentido. Há pessoas que, por mais provas que lhes apresentemos, simplesmente não têm capacidade para compreender as coisas ou, estando completamente cegas pelo seu ego, querem apenas ter razão.

Onde a ignorância tem voz, a sabedoria cala. Quando a arrogância discursa, a sensatez sai da sala.

- Autor desconhecido

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O Salvamento

“Tudo parece impossível até ser feito.”

Tudo parece impossível até ser feito.
— Nelson Mandela
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As regras para se ser humano

Irás esquecer-te de todas elas, mas poderás lembrar-te quando quiseres.

*Autoria desconhecida

Não somos seres humanos a viver uma experiência espiritual. Somos seres espirituais a viver uma experiência humana.
— Wayne W. Dyer
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O Buraco

Porque repetimos sempre os mesmos erros?

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A Lição da Ostra e da Pérola

Uma ostra que não foi ferida não produz pérolas.

O mesmo se passa connosco se assim o quisermos.

Há quem transforme a sua dor em raiva e ressentimento. E há quem cresça com ela, tornando-se uma pessoa melhor. Tanto para si como para os outros.

Não considero que haja beleza na dor. Mas a vida tem-me ensinado que é possível retirar beleza dela.

É belo quando deixamos de ser fortes e permitimo-nos ser ajudados, acarinhados ou cuidados.
É belo quando quando percebemos que estamos a ficar mais empáticos, pacientes ou compreensivos com os outros.
É belo quando deixamos de agir motivados pelas nossas feridas e inseguranças, transformando a nossa dor em amor.

O potencial para nos transformarmos em lindas pérolas está sempre lá. Nós só temos que olhar para a dor de uma forma diferente e permitirmos que a natureza faça a sua parte, pois afinal de contas uma pérola não é mais do que uma ferida cicatrizada.

Transformemos as nossas dores em pérolas.

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A Assembleia na Carpintaria

No sítio certo, com as pessoas certas, tu podes ser quem tu és.

Conta-se que numa carpintaria houve, uma vez, uma estranha assembleia. Tratava-se de uma reunião conduzida pelas ferramentas para acertarem as suas diferenças.

O martelo exerceu a presidência, mas os participantes notificaram-lhe que teria de renunciar. A causa? Fazia demasiado barulho e, para além disso, passava o tempo todo a golpear. O martelo aceitou a sua culpa, mas pediu que o parafuso também fosse expulso, dizendo que ele dava muitas voltas para conseguir alguma coisa.

Perante o ataque, o parafuso concordou, mas, por sua vez, pediu a expulsão da lixa. Dizia que ela era muito áspera no tratamento com os outros. A lixa acatou, com a condição de que se expulsasse a fita métrica, pois esta media sempre os outros segundo a sua própria medida como se fosse a única perfeita.

Nesse momento, entrou o carpinteiro. Juntou o material e iniciou o seu trabalho. Utilizou o martelo, a lixa, a fita métrica e o parafuso. No final, a rústica madeira converteu-se num móvel fino. Quando a carpintaria ficou novamente só, a assembleia reativou a sua discussão. Foi então que o serrote tomou a palavra e disse:

- Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, mas o carpinteiro trabalha com as nossas qualidades e com os nossos pontos valiosos. Assim, não pensemos nos nossos pontos fracos e concentremo-nos nos nossos pontos fortes.

A assembleia entendeu, por fim, que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para limar e afinar as asperezas e a fita métrica era precisa e exata. Sentiram-se então como uma equipa capaz de produzir móveis de qualidade, contentes pela oportunidade de poderem trabalhar juntos.

Quem gosta de ti vê os teus defeitos sim. Só não os prioriza.

- Cecilia Sfalsin

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O Sonho do Sultão

Como ser honesto sem ferir os outros?

Uma vez um sultão sonhou que tinha perdido todos os seus dentes. Assustado, assim que acordou, mandou chamar um sábio para interpretar o seu sonho.

- Que desgraça, senhor! - exclamou o sábio. - Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade!

- Mas que insolente! - gritou o sultão. - Como se atreve a dizer tal coisa?!

O sultão chamou de imediato os guardas, ordenando que lhe dessem cem chicotadas. De seguida, mandou chamar um outro sábio para que este pudesse interpretar o mesmo sonho.

E o outro sábio disse:

- Senhor, uma grande felicidade vos está reservada! O sonho indica que ireis viver mais do que todos os seus parentes!

A fisionomia do sultão iluminou-se e ele mandou dar cem moedas de ouro ao sábio.

Enquanto este saía do palácio, um cortesão perguntou-lhe:

- Como é que é possível? A interpretação que você fez foi a mesma do seu colega. No entanto, ele levou cem chicotadas e você cem moedas de ouro!

- Lembre-se sempre meu amigo - respondeu o sábio, - tudo depende da maneira como dizemos as coisas.

Não há nada que nos diga que a verdade tem de ser dita de forma nua e crua. O importante é que seja verdade.

- Simon Sinek

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Foi sempre assim que se fez

E será que ainda faz sentido fazê-lo dessa maneira?

Uma vez um jovem recém casado pescou um belo peixe e, orgulhoso, levou-o à sua esposa para que ela o pudesse assar. Quando se sentou à mesa para o comer ficou incomodado ao ver que a sua esposa tinha cortado a cabeça e o rabo do peixe. Curioso, perguntou:

- Querida, porque cortaste a cabeça e o rabo do peixe?

Intrigada com a pergunta, respondeu:

- Meu bem, para assar o peixe devemos sempre cortar a cabeça e o rabo.

Surpreendido com a resposta, o marido perguntou:

- De onde tiraste essa ideia?

Ela disse que tinha aprendido com a sua mãe.

Uns dias depois, o casal foi almoçar a casa da sogra dele e levaram um peixe para assar. Eis que a sogra, ao preparar o peixe, corta a cabeça e o rabo. Muito rapidamente ele levanta-se e pergunta à sogra o porquê de ela cortar a cabeça e o rabo ao peixe. A sogra disse-lhe que a sua mãe fazia assim.

Uns tempos depois, a família foi almoçar a casa da avó da esposa e levaram outro peixe. Quando o peixe veio para a mesa, ficaram todos muito surpreendidos ao ver que o peixe tinha sido assado por inteiro. Ao perguntarem à senhora porque razão ela costumava cortar a cabeça e o rabo ao peixe e agora não, a resposta foi a seguinte:

- Sabem, é que naquela altura os fornos eram mais pequenos e o peixe não cabia inteiro na travessa.

Aquele que pergunta é ignorante por cinco minutos, mas aquele que não pergunta permanece ignorante para sempre.

- Provérbio chinês

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