10 lições de vida que eu gostaria que os meus pais me tivessem ensinado

Quando escolhemos fazer a vida de uma forma linear, sem muitos desvios pelo caminho, é normal que aquilo que temos para ensinar aos nossos filhos seja algo do género: como viver uma vida segura e sem grandes sobressaltos.

O que não tem mal nenhum. Absolutamente nenhum. Antes pelo contrário.

O problema é quando se tem uma filha que não quer viver assim...

Aí a aprendizagem tem de ser feita sozinha. Com a própria vida mesmo. Tomando o caminho mais longo, e muitas vezes mais duro, pois ninguém à nossa volta conhece (sequer!) esse caminho. E nem o quer conhecer. Pois tão pouco acreditam que ele existe ou que possa ser realizado por qualquer um de nós.

É verdade que eu ainda não estou onde sonho estar. E não sei quantas mais lições terei de aprender até chegar . Mas sei que já aprendi umas quantas, isso já. Pode até ter sido à custa de muitas quedas e desilusões, mas pior do que passar pelas coisas é não ter conseguido aprender nada com elas.

É inevitável ir com a cara ao chão quando decidimos fazer um caminho um pouco diferente do habitual. Mesmo que outros já o tenham feito antes de nós. No entanto, sem dúvida alguma que eu gostaria que, ao longo desta minha viagem, os meus pais pudessem ter estado lá para me ensinar estas valiosas lições:

 

1. Pede conselhos às pessoas que estão no lugar onde tu um dia também queres estar.

Normalmente as pessoas dão conselhos baseados nas suas próprias experiências de vida e nos seus próprios medos. O problema é que, uma vez que somos todos diferentes (e com bagagens diferentes), tomar um conselho de alguém que: 1. Não é destemido como tu; 2. Não confia na vida e/ou nas suas próprias capacidades como tu; 3. Não está a viver a vida que gostaria de ter; e 4. Muito provavelmente não tem a consciência, o conhecimento, ou a aprendizagem das lições que a vida lhe está a tentar ensinar (independentemente de essa pessoa até ser mais velha do que tu), só pode levar a um conselho desmoralizante que te vai afastar do teu caminho.

 

2. Lá porque algo funcionou para outra pessoa, não quer dizer que vá funcionar para ti também.

Sim, ouvir conselhos de quem já está no lugar onde tu queres chegar é sensato (e até necessário, pois nós não sabemos tudo; e se alguém já passou por lá e aprendeu com os seus próprios erros, então seria burrice nossa não darmos atenção a isso).

No entanto, a par de dar ouvidos aos conselhos dos outros, há que também saber ouvir o nosso próprio coração e aquilo que faz sentido para nós.

O caminho para se chegar ao sucesso e à realização profissional/pessoal não é apenas um. Assim que, para além de sermos todos diferentes (o que leva a que façamos as coisas de maneira diferente), não sabes se o teu objetivo – bem como aquilo que te move – é igual ao da pessoa a quem tu tomas como referência.

 

3. Lê muito e aprende muito sempre que puderes.

Sobre ti, sobre a vida, sobre os outros e sobre a tua profissão ou negócio.

Não caias nunca no erro de achares que já sabes tudo, seja porque já cá andas há muito tempo ou porque “já são muitos anos a virar frangos!”

Quanto mais investires no teu próprio desenvolvimento pessoal e em seres mestre naquilo que fazes, mais longe conseguirás chegar.

 

4. Conhece-te a fundo.

A melhor maneira de não saíres frustrada com a tua vida é conheceres-te a fundo (sabendo bem quem és e como és; o que gostas de fazer e o que não tem nada a ver contigo) e fazer o máximo que conseguires para respeitares a tua essência.

Nem todas as mulheres querem ser mães e não há mal nenhum nisso.

Nem todas as pessoas estão preocupadas em ter uma carreira de sucesso e não há mal nenhum nisso.

Nem todos os homens sonham em jogar à bola, conduzir grandes carros ou adquirir as últimas novidades da tecnologia e não há mal nenhum nisso.

O mundo precisa de todo o tipo de pessoas. Tu só tens de saber onde é que a tua personalidade se encaixa no meio disso tudo.

Não te compares aos outros. Se o outro a quem te estás a comparar (e a tentar igualar) saiu-se bem na vida, é porque ele está a fazer precisamente aquilo que a sua essência lhe pede para fazer. Tu só tens de ouvir a tua.

 

5. “Roma e Pavia não se fizeram num dia.

Por isso, tem paciência e fé de que as coisas vão acontecer, se tens estado a trabalhar para isso.

Não penses que só porque já percebeste quais são os teus “auto-sabotadores” que te estão a impedir de alcançar aquilo que sonhas – já estando tu a trabalhar neles – que o sucesso irá acontecer de um dia para o outro. Até porque esse trabalho contigo mesma é algo que deve ser contínuo e para toda a vida.

Sim, é possível mudar um padrão, medo, crença ou traço de personalidade, mas isso leva tempo, dedicação e trabalho. E não é com uma única “terapia” que isso se resolve. O ser humano é demasiado complexo para se conseguir resolver de uma só assentada.

Para além disso, quando estamos neste processo de auto-cura e transformação interior, o nosso novo “eu” não é logo percetível de se ver tal como acontece com um novo corte de cabelo. Na verdade, é mais como ver o próprio cabelo a crescer. Não consegues! A não ser no dia em que percebes que já és capaz de fazer um rabo-de-cavalo quando antes não conseguias.

Ora, o mesmo acontece connosco. A mudança até pode estar a acontecer, mas nós nem nos apercebemos disso (sobretudo porque a nossa vida ainda não reflete essa mudança). Na verdade, nós só nos damos conta que estamos diferentes quando percebemos que acabámos de ter uma atitude que antes éramos incapazes de ter (como por exemplo, dizer o primeiro “não”).

 

6. Quando não tens um objetivo (ou propósito) na vida, simplesmente nada acontece.

Isto porque não tens nada pelo que lutar. O que significa que acabarás por te acomodar, fazendo apenas o mínimo possível.

Para além disso, há também que perceber que não é porque já se está no seu caminho de vida, fazendo aquilo que a sua essência lhe pede para fazer, que as coisas acontecem do nada e de um dia para o outro.

As coisas só vêm ter contigo se tu trabalhares para isso! E não porque é teu por direito!

E se achas que até já estás a trabalhar o suficiente mas mesmo assim nada acontece, então está na altura de fazeres um trabalho profundo de autoanálise, pois as razões para isso estar a acontecer podem ser várias (e vão desde o ponto 3# ao ponto 5#).

 

7. Querer ter mais dinheiro ou mais sucesso não é um objetivo.

Para além de isso não ser mensurável, o dinheiro e o sucesso são sempre a consequência de tudo aquilo que uma pessoa faz para alcançar o seu objetivo e não o objetivo em si.

(Seres a melhor jogadora de ténis do mundo é, por exemplo, um objetivo. Já o dinheiro e o sucesso virão na proporção do trabalho que estiveres disposta a fazer para o alcançar).

Não ter um objetivo concreto do que queres alcançar na vida é como entrar num comboio qualquer e ver até onde a viagem te leva.

Contudo, quando tens um objetivo claro passas a ser tu o maquinista, conduzindo o comboio até onde queres ir. Só assim conseguirás alcançar o teu objetivo, pois as tuas ações e atitudes vão estar de acordo com ele.

 

8. Não compares o teu sucesso ao sucesso dos outros.

Há pessoas que em 3 anos conseguem chegar . Há outras que demoram mais tempo.

As pessoas são diferentes, bem como os seus processos, os seus caminhos de vida e as aprendizagens que têm de fazer.

Quando te comparas a outra pessoa – achando que se ela já chegou onde queria estar então tu também já deverias ter chegado – mais facilmente cais na ansiedade e na frustração. E todos sabemos onde isso pode levar.

Pode, inclusive, levar-te a desistir.

Isto porque vais achar que se ainda não te aconteceu, então é porque não tem de acontecer. Não! Se ainda não te aconteceu, é porque muito provavelmente ainda não estás a fazer as coisas da maneira certa ou da maneira que mais ressoa contigo.

É porque ainda tens coisas para aprender. É porque se calhar até há um caminho bem melhor para tu fazeres (e que até te vai dar maiores e melhores resultados), mas que tu ainda não estás a conseguir ver pois estás fixada no caminho que TU pensas que é o melhor para ti!

Para além disso, não nos vamos esquecer que quando nos comparamos aos outros só o estamos a fazer em relação a uma parte da história – a do sucesso. Muitas vezes não temos nem ideia daquilo que a pessoa trabalhou para chegar. E isso sim, pode ser comparável.

Podemos achar injusto a outra pessoa ter conseguido atingir o sucesso no que a nós no pareceu ser um piscar de olhos, mas o mais provável é que ela até tenha trabalhado muito mais do que nós alguma vez estivemos (ou estaremos) dispostas a trabalhar.

 

9. Faz o que (realmente) te apaixona!

Se não o fizeres, mais cedo ou mais tarde acabarás por desistir.

Sobretudo quando as coisas ficarem mais difíceis.

Fazer o que (realmente) se gosta é o que nos dá o ímpeto para continuar mesmo quando só nos apetece é desistir; mesmo quando está tudo a correr mal.

Para além disso, quando não gostas (realmente) daquilo que estás a fazer (ou não acreditas verdadeiramente na razão pela qual estás a fazer, ou seja, não tens um forte why), não te irás dedicar da mesma maneira.

Não irás fazer tudo por tudo para chegar onde queres chegar. Não irás dar tudo o que tiveres para dar.

E isso é o que fará a diferença entre vires a ser bem-sucedida ou não.

Agora, é normal tu não saberes logo à primeira o que (realmente) te apaixona. É normal tu achares que até sabes o que (realmente) te apaixona, mas mais à frente chegares à conclusão que até não era bem isso.

Por isso é que é tão importante começar. Seja por onde for. No matter what. Caso contrário nunca irás saber o que (realmente) te apaixona.

A vida é feita de tentativa e erros. Nunca ninguém aprendeu a fazer bolos à primeira. Não tenhas medo de começar. Se não começares, nunca vais saber.

 

10. Não compares o teu valor ao valor que TU dás aos outros que estão na mesma posição que tu.

Normalmente temos tendência para desvalorizar aquilo que fazemos. Mas essa é apenas a nossa própria perspectiva. Perspectiva essa que tende a vir de uma pessoa insegura e que ainda precisa de trabalhar muito a sua autoestima ou valorização pessoal.

Na maioria das vezes nem temos noção do impacto positivo que temos na vida dos outros. Impacto esse que até nem costuma vir daquilo que fazemos, mas sim da forma como o fazemos. E isso é simplesmente incomparável!

Somos todos diferentes, com backgrounds diferentes, o que nos leva a fazer a mesma coisa de maneiras diferentes. É isso o que nos torna únicos e especiais. É isso aquilo a que as pessoas dão valor.

De qualquer forma, podes ter a certeza disto que te vou dizer: acredita que só vem ter contigo quem precisa de receber, exatamente, aquilo que tu consegues dar e tens para dar nesse preciso momento da tua vida (seja esse momento agora ou daqui a 3 anos).

Por isso, não te preocupes se achas que a outra pessoa a quem te comparas até tem mais para oferecer do que tu. As pessoas que ela atrai são, justamente, aquelas que ressoam com ela e que querem receber aquilo que ela tem para dar.

Tu também terás as tuas.

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