A minha vida não é o que parece

Escrevo, tiro fotos giras, abro um espaço com uma amiga, anuncio novidades, publicito workshops por todo o país e continuo a fazer consultas de Feng Shui.

Um dia encontro-me com uma amiga que já não vejo há muito tempo. Assim que me vê rasga um largo sorriso enquanto me diz:

- Uau, parabéns! Está tudo a correr super bem!!!

Não, não está.

Não está tudo a correr super bem.

Algumas coisas correm bem, outras não. Algumas coisas correm bem durante um certo tempo, mas depois não. Algumas coisas pareciam estar a correr bem, mas afinal não estão.

Infelizmente, nem todos os workshops que publicito acabam por se realizar. (Simplesmente não há inscrições suficientes.) Nem todas as publicações ou artigos que escrevo têm feedback do lado de lá. (Lá porque é interessante para mim não significa que também o é para os outros.) Não tenho a agenda cheia de consultas para fazer. (É o que acontece quando inconscientemente bloqueio o meu trabalho, mas só mais tarde é que percebo porquê.) O espaço que abri com uma amiga não deu certo para mim. (A razão é a mesma que a anterior.) E ninguém me garante que aquilo que ainda está para vir vai ter sucesso. (Mas a minha única opção é acreditar que sim.)

Por detrás de cada pessoa de sucesso estão muitos anos de insucesso – Bob Brown

As redes sociais são fantásticas, mas só mostram uma parte da realidade. E aquela que mostra, muitas vezes, nem significa nada. Os eventos anunciados são um bom exemplo disso.

Sabes quantos workshops já realizei apenas para 4 pessoas?

Sabes em que sítios é que já tive de dormir para que as despesas que tenho não sejam superiores ao valor total que essas 4 pessoas me pagaram?

Sabes quantos eventos marcados não se realizaram?

Sabes quantas vezes tenho de pedir dinheiro emprestado à minha mãe porque o que fiz falhou ou está a falhar?

Sabes tudo o que tenho estado a abdicar para que um dia possa ver aquilo em que acredito materializar-se à minha frente? (Jantares e saídas com os amigos, férias fora de casa, inscrições em ginásios ou noutras atividades, idas às compras, casa própria e outras coisas mais.)

Sabes o que já perdi, e quem já perdi, ao longo de todo este processo? Porque também eu erro? Porque também eu estou a aprender?

Sabes o quão só se sente por se estar a fazer um caminho em que mais ninguém acredita?

Ser bem-sucedido não é fácil. Ser bem-sucedido não é para todos. O preço é alto, mas eu estou disposta a pagá-lo!

Hoje vou fazer o que outros não fazem, para que amanhã possa fazer o que outros não conseguem – Jerry Rice

No mês passado uma amiga minha perguntou-me por onde é que eu andava. Era suposto eu estar em Aveiro a dar um workshop. Não estava. Estava em casa. A conversa, por mensagem, foi assim:

- Não foste para Aveiro?

- Não. Não tive inscrições suficientes.

- Oh, que treta. Mas em Lisboa correu bem. E qual é o próximo?

- Seria em Viana do Castelo, mas também não vai haver. Não há inscrições.

- A sério? Bolas.

- Ya.

- E tu como estás? Acredito que deves estar desanimada.

- Já estive. Mas já não estou. Estou com outros planos. Vou mudar as coisas.

- Ainda bem. Admiro muito a tua determinação. Qualquer outra pessoa já tinha desistido. Eu incluída.

As conversas com os meus amigos não são sempre assim. Por vezes o que acontece é exatamente o oposto. Com a minha família também. Normalmente o que me dizem (ou pensam) é mais ou menos isto:

Porque não arranjas um part-time? Assim pelo menos ganhas algum dinheirinho seguro…

Até quando é que vais estar a tentar? Sabes, até os sonhos têm prazo de validade…

Pois, percebo. Mas não é nisso aquilo em que eu acredito. E aquilo em que eu sempre acreditei, mais cedo ou mais tarde, tornou-se realidade.

Não há comparação entre o que se perde por fracassar e o que se perde por não tentar – Francis Bacon

O mais engraçado disto tudo é que eu sinto-me bem. Apesar dos fracassos, das desilusões, das perdas, dos erros cometido e das montanhas-russas emocionais que inevitavelmente acabo por passar, a verdade é que eu estou bem.

Seja porque já fiz, e continuo a fazer, muito trabalho comigo mesma; seja porque gosto bastante do que faço, independentemente das coisas não estarem (ainda) a correr da forma como eu gostaria; seja porque a fé que tenho em que tudo vai dar certo é maior do que qualquer sentimento de tristeza que possa surgir a determinada altura.  

Para além de que nem tudo é assim tão mau.

O workshop que dei no mês de Março em Lisboa foi um sucesso. O feedback que recebo das pessoas a quem dou consultas é de tocar o coração. As pessoas que conheço ao longo deste meu caminho são uma verdadeira bênção. A liberdade que tenho em fazer o trabalho que quero e como quero é impagável. O carinho que recebo no final de cada evento que faço (mesmo que seja só para 4 pessoas), ou até mesmo nos comentários que fazem às minhas publicações, é inestimável.

A minha vida pode não ser (sempre) aquilo que parece, mas quando o é, é-o com muita intensidade, realização e felicidade. E isso eu não trocaria por nada…

Identificas-te com o que escrevi? Sentes-te perdida com o teu próprio processo? Precisas de ajuda com ele?

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