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Quando o amor não bate à porta
“Como é que uma miúda tão gira e simpática como tu ainda está sozinha?”
“Como é que uma miúda tão gira e simpática como tu ainda está sozinha?”
Tantas vezes que ouço esta pergunta…
Quando não quero alongar a conversa simplesmente respondo: Porque ainda não encontrei ninguém.
Mas a verdade é esta:
Não sei!
Não sei porque é que uma miúda tão gira e simpática quanto eu ainda está sozinha. Mas gostava de saber.
Sei que não sou a única nesta situação. Mas é verdade que às vezes me sinto única.
Não é fácil levar uma vida fora do normal (seja lá o que “normal” signifique, mas isso já é outra história…). Não é fácil acompanhar a vida amorosa das pessoas com quem cresceste e ver que ela se desenrola de uma forma tão diferente da tua. E tu simplesmente não consegues perceber porquê…
… Por mais autoanálises que faças; por mais tarólogas que vás; por mais homens que conheças; por mais voltas que a tua vida dê; há coisas que, pura e simplesmente, parecem não acontecer contigo e tu não consegues perceber porquê…
A solidão não se cura com o amor dos outros. Cura-se com amor próprio - Martha Medeiros
Se há coisa que eu aprendi com os meus relacionamentos foi a gostar de mim.
Levei muito tempo a trabalhar a minha autoestima para chegar a um ponto onde já não permito deixar entrar alguém na minha vida que me dê menos do que aquilo que eu acho que mereço. Quem também já passou por relações egoístas, infiéis e/ou sustentadas em mentiras sabe bem do que estou a falar.
Mas chega-se a um certo ponto em que já não dá mais para esticar a corda. O vazio começa a ser tão grande que: ou o enchemos com amor próprio ou deixamo-nos ficar com a primeira pessoa que nos aparece à frente.
Eu optei pela primeira opção.
Isso levou-me, inevitavelmente, a aprender a dizer não. E quando aprendes a dizer não – quando aprendes a ter respeito por ti própria – parece que nada acontece nessa área da tua vida que estás a trabalhar:
“Não, eu não quero estar contigo dessa forma como tu queres estar comigo…”
“Não, eu não quero «aprender a gostar de ti» só porque és boa pessoa e sei que me irias tratar bem…”
“Não, eu não quero ficar contigo só porque já estou cansada de estar sozinha…”
E lá fui eu, assim, cultivando o meu amor próprio, tal como se estivesse a aprender a andar pela primeira vez…
Uma mulher segura, que se ama e sabe o seu valor, não tem medo de ficar sozinha. Tem medo de ficar mal acompanhada - Autor desconhecido
Quando se gosta de estar sozinho como eu (ou se aprende a gostar com o tempo), dificilmente se deixa seduzir por relacionamentos que não acrescentam nada à sua vida.
Para mim, um relacionamento é bom quando adiciona algo às pessoas. Algo que elas não conseguem ter sozinhas, por mais que se sintam bem consigo próprias ou com as suas vidas.
O que as pessoas que olham para mim como se eu fosse um caso de estudo não compreendem, é que é possível estar-se sozinho e bem.
Eu não quero estar com uma pessoa porque me falta alguma coisa! Não há nada que me falte! Eu estou bem e gosto da vida que tenho.
Eu quero estar com uma pessoa por acrescento! Porque há coisas que um relacionamento me pode dar que eu simplesmente não consigo ter sozinha. Tal como acontece com a situação oposta:
Há coisas que um relacionamento não nos consegue dar, por mais que queiramos. Só nós é que conseguimos fazer isso. E é o tempo que permitimos passar connosco que nos leva a compreender isso. Se assim o quisermos.
Ter um relacionamento é fácil. É mesmo muito fácil. Há sempre alguém sozinho que também quer estar com alguém.
É por isso que há tantos relacionamentos por aí fora que não fazem sentido nenhum. Relacionamentos que não passam de duas pessoas infelizes, que preferem estar infelizes juntas do que estar infelizes sozinhas e trabalhar essa questão. Relacionamentos em que as pessoas se sentem tão sozinhas como se estivessem efetivamente sozinhas. Relacionamentos em que a única coisa que resta em comum entre ambas as partes são apenas os filhos. Nada mais.
Então, para quê apressar-me a ter uma relação assim?
Para deixarem de me perguntar porque ainda estou sozinha?
Para eu deixar de sentir que há algo de errado comigo só porque estou numa situação diferente da maioria das pessoas?
Para me convencer de que “mais vale ter alguém do que não ter ninguém”?
Desculpem-me, mas eu não consigo fazer isso…
Não mudes quem tu és só para que as outras pessoas gostem de ti. Sê tu própria e as pessoas certas irão amar quem tu realmente és - Autor desconhecido
Claro que eu também não estou à espera de que um dia me apareça à frente o príncipe encantado para depois viver com ele um bonito conto de fadas. Não é isso o que eu estou a dizer aqui. Eu também não sou nenhuma princesa e sei bem que todos os relacionamentos têm os seus desafios.
Mas há pessoas que tu conheces que, quase sem te dares conta, acabam por fazer toda a diferença na tua vida. Para melhor.
É uma dessas que eu quero encontrar.
Até lá, vou estando sozinha. Nutrindo-me até não conseguir mais. Limando cada vez mais arestas minhas para que no dia em que conhecer essa pessoa eu possa estar mais preparada para lhe dar o relacionamento que qualquer um de nós merece ter.
10 lições de vida que eu gostaria que os meus pais me tivessem ensinado
Porque só conseguimos ensinar aos outros aquilo que fomos capazes de aprender com a nossa própria vida.
Quando escolhemos fazer a vida de uma forma linear, sem muitos desvios pelo caminho, é normal que aquilo que temos para ensinar aos nossos filhos seja algo do género: como viver uma vida segura e sem grandes sobressaltos.
O que não tem mal nenhum. Absolutamente nenhum. Antes pelo contrário.
O problema é quando se tem uma filha que não quer viver assim...
Aí a aprendizagem tem de ser feita sozinha. Com a própria vida mesmo. Tomando o caminho mais longo, e muitas vezes mais duro, pois ninguém à nossa volta conhece (sequer!) esse caminho. E nem o quer conhecer. Pois tão pouco acreditam que ele existe ou que possa ser realizado por qualquer um de nós.
É verdade que eu ainda não estou onde sonho estar. E não sei quantas mais lições terei de aprender até chegar lá. Mas sei que já aprendi umas quantas, isso já. Pode até ter sido à custa de muitas quedas e desilusões, mas pior do que passar pelas coisas é não ter conseguido aprender nada com elas.
É inevitável ir com a cara ao chão quando decidimos fazer um caminho um pouco diferente do habitual. Mesmo que outros já o tenham feito antes de nós. No entanto, sem dúvida alguma que eu gostaria que, ao longo desta minha viagem, os meus pais pudessem ter estado lá para me ensinar estas valiosas lições:
1. Pede conselhos às pessoas que estão no lugar onde tu um dia também queres estar.
Normalmente as pessoas dão conselhos baseados nas suas próprias experiências de vida e nos seus próprios medos. O problema é que, uma vez que somos todos diferentes (e com bagagens diferentes), tomar um conselho de alguém que: 1. Não é destemido como tu; 2. Não confia na vida e/ou nas suas próprias capacidades como tu; 3. Não está a viver a vida que gostaria de ter; e 4. Muito provavelmente não tem a consciência, o conhecimento, ou a aprendizagem das lições que a vida lhe está a tentar ensinar (independentemente de essa pessoa até ser mais velha do que tu), só pode levar a um conselho desmoralizante que te vai afastar do teu caminho.
2. Lá porque algo funcionou para outra pessoa, não quer dizer que vá funcionar para ti também.
Sim, ouvir conselhos de quem já está no lugar onde tu queres chegar é sensato (e até necessário, pois nós não sabemos tudo; e se alguém já passou por lá e aprendeu com os seus próprios erros, então seria burrice nossa não darmos atenção a isso).
No entanto, a par de dar ouvidos aos conselhos dos outros, há que também saber ouvir o nosso próprio coração e aquilo que faz sentido para nós.
O caminho para se chegar ao sucesso e à realização profissional/pessoal não é apenas um. Assim que, para além de sermos todos diferentes (o que leva a que façamos as coisas de maneira diferente), não sabes se o teu objetivo – bem como aquilo que te move – é igual ao da pessoa a quem tu tomas como referência.
3. Lê muito e aprende muito sempre que puderes.
Sobre ti, sobre a vida, sobre os outros e sobre a tua profissão ou negócio.
Não caias nunca no erro de achares que já sabes tudo, seja porque já cá andas há muito tempo ou porque “já são muitos anos a virar frangos!”
Quanto mais investires no teu próprio desenvolvimento pessoal e em seres mestre naquilo que fazes, mais longe conseguirás chegar.
4. Conhece-te a fundo.
A melhor maneira de não saíres frustrada com a tua vida é conheceres-te a fundo (sabendo bem quem és e como és; o que gostas de fazer e o que não tem nada a ver contigo) e fazer o máximo que conseguires para respeitares a tua essência.
Nem todas as mulheres querem ser mães e não há mal nenhum nisso.
Nem todas as pessoas estão preocupadas em ter uma carreira de sucesso e não há mal nenhum nisso.
Nem todos os homens sonham em jogar à bola, conduzir grandes carros ou adquirir as últimas novidades da tecnologia e não há mal nenhum nisso.
O mundo precisa de todo o tipo de pessoas. Tu só tens de saber onde é que a tua personalidade se encaixa no meio disso tudo.
Não te compares aos outros. Se o outro a quem te estás a comparar (e a tentar igualar) saiu-se bem na vida, é porque ele está a fazer precisamente aquilo que a sua essência lhe pede para fazer. Tu só tens de ouvir a tua.
5. “Roma e Pavia não se fizeram num dia.”
Por isso, tem paciência e fé de que as coisas vão acontecer, se tens estado a trabalhar para isso.
Não penses que só porque já percebeste quais são os teus “auto-sabotadores” que te estão a impedir de alcançar aquilo que sonhas – já estando tu a trabalhar neles – que o sucesso irá acontecer de um dia para o outro. Até porque esse trabalho contigo mesma é algo que deve ser contínuo e para toda a vida.
Sim, é possível mudar um padrão, medo, crença ou traço de personalidade, mas isso leva tempo, dedicação e trabalho. E não é com uma única “terapia” que isso se resolve. O ser humano é demasiado complexo para se conseguir resolver de uma só assentada.
Para além disso, quando estamos neste processo de auto-cura e transformação interior, o nosso novo “eu” não é logo percetível de se ver tal como acontece com um novo corte de cabelo. Na verdade, é mais como ver o próprio cabelo a crescer. Não consegues! A não ser no dia em que percebes que já és capaz de fazer um rabo-de-cavalo quando antes não conseguias.
Ora, o mesmo acontece connosco. A mudança até pode estar a acontecer, mas nós nem nos apercebemos disso (sobretudo porque a nossa vida ainda não reflete essa mudança). Na verdade, nós só nos damos conta que estamos diferentes quando percebemos que acabámos de ter uma atitude que antes éramos incapazes de ter (como por exemplo, dizer o primeiro “não”).
6. Quando não tens um objetivo (ou propósito) na vida, simplesmente nada acontece.
Isto porque não tens nada pelo que lutar. O que significa que acabarás por te acomodar, fazendo apenas o mínimo possível.
Para além disso, há também que perceber que não é porque já se está no seu caminho de vida, fazendo aquilo que a sua essência lhe pede para fazer, que as coisas acontecem do nada e de um dia para o outro.
As coisas só vêm ter contigo se tu trabalhares para isso! E não porque é teu por direito!
E se achas que até já estás a trabalhar o suficiente mas mesmo assim nada acontece, então está na altura de fazeres um trabalho profundo de autoanálise, pois as razões para isso estar a acontecer podem ser várias (e vão desde o ponto 3# ao ponto 5#).
7. Querer ter mais dinheiro ou mais sucesso não é um objetivo.
Para além de isso não ser mensurável, o dinheiro e o sucesso são sempre a consequência de tudo aquilo que uma pessoa faz para alcançar o seu objetivo e não o objetivo em si.
(Seres a melhor jogadora de ténis do mundo é, por exemplo, um objetivo. Já o dinheiro e o sucesso virão na proporção do trabalho que estiveres disposta a fazer para o alcançar).
Não ter um objetivo concreto do que queres alcançar na vida é como entrar num comboio qualquer e ver até onde a viagem te leva.
Contudo, quando tens um objetivo claro passas a ser tu o maquinista, conduzindo o comboio até onde queres ir. Só assim conseguirás alcançar o teu objetivo, pois as tuas ações e atitudes vão estar de acordo com ele.
8. Não compares o teu sucesso ao sucesso dos outros.
Há pessoas que em 3 anos conseguem chegar lá. Há outras que demoram mais tempo.
As pessoas são diferentes, bem como os seus processos, os seus caminhos de vida e as aprendizagens que têm de fazer.
Quando te comparas a outra pessoa – achando que se ela já chegou onde queria estar então tu também já deverias ter chegado – mais facilmente cais na ansiedade e na frustração. E todos sabemos onde isso pode levar.
Pode, inclusive, levar-te a desistir.
Isto porque vais achar que se ainda não te aconteceu, então é porque não tem de acontecer. Não! Se ainda não te aconteceu, é porque muito provavelmente ainda não estás a fazer as coisas da maneira certa ou da maneira que mais ressoa contigo.
É porque ainda tens coisas para aprender. É porque se calhar até há um caminho bem melhor para tu fazeres (e que até te vai dar maiores e melhores resultados), mas que tu ainda não estás a conseguir ver pois estás fixada no caminho que TU pensas que é o melhor para ti!
Para além disso, não nos vamos esquecer que quando nos comparamos aos outros só o estamos a fazer em relação a uma parte da história – a do sucesso. Muitas vezes não temos nem ideia daquilo que a pessoa trabalhou para lá chegar. E isso sim, pode ser comparável.
Podemos achar injusto a outra pessoa ter conseguido atingir o sucesso no que a nós no pareceu ser um piscar de olhos, mas o mais provável é que ela até tenha trabalhado muito mais do que nós alguma vez estivemos (ou estaremos) dispostas a trabalhar.
9. Faz o que (realmente) te apaixona!
Se não o fizeres, mais cedo ou mais tarde acabarás por desistir.
Sobretudo quando as coisas ficarem mais difíceis.
Fazer o que (realmente) se gosta é o que nos dá o ímpeto para continuar mesmo quando só nos apetece é desistir; mesmo quando está tudo a correr mal.
Para além disso, quando não gostas (realmente) daquilo que estás a fazer (ou não acreditas verdadeiramente na razão pela qual estás a fazer, ou seja, não tens um forte why), não te irás dedicar da mesma maneira.
Não irás fazer tudo por tudo para chegar onde queres chegar. Não irás dar tudo o que tiveres para dar.
E isso é o que fará a diferença entre vires a ser bem-sucedida ou não.
Agora, é normal tu não saberes logo à primeira o que (realmente) te apaixona. É normal tu achares que até sabes o que (realmente) te apaixona, mas mais à frente chegares à conclusão que até não era bem isso.
Por isso é que é tão importante começar. Seja por onde for. No matter what. Caso contrário nunca irás saber o que (realmente) te apaixona.
A vida é feita de tentativa e erros. Nunca ninguém aprendeu a fazer bolos à primeira. Não tenhas medo de começar. Se não começares, nunca vais saber.
10. Não compares o teu valor ao valor que TU dás aos outros que estão na mesma posição que tu.
Normalmente temos tendência para desvalorizar aquilo que fazemos. Mas essa é apenas a nossa própria perspectiva. Perspectiva essa que tende a vir de uma pessoa insegura e que ainda precisa de trabalhar muito a sua autoestima ou valorização pessoal.
Na maioria das vezes nem temos noção do impacto positivo que temos na vida dos outros. Impacto esse que até nem costuma vir daquilo que fazemos, mas sim da forma como o fazemos. E isso é simplesmente incomparável!
Somos todos diferentes, com backgrounds diferentes, o que nos leva a fazer a mesma coisa de maneiras diferentes. É isso o que nos torna únicos e especiais. É isso aquilo a que as pessoas dão valor.
De qualquer forma, podes ter a certeza disto que te vou dizer: acredita que só vem ter contigo quem precisa de receber, exatamente, aquilo que tu consegues dar e tens para dar nesse preciso momento da tua vida (seja esse momento agora ou daqui a 3 anos).
Por isso, não te preocupes se achas que a outra pessoa a quem te comparas até tem mais para oferecer do que tu. As pessoas que ela atrai são, justamente, aquelas que ressoam com ela e que querem receber aquilo que ela tem para dar.
Tu também terás as tuas.
A minha vida não é o que parece
Porque nem tudo o que brilha é ouro…
Escrevo, tiro fotos giras, abro um espaço com uma amiga, anuncio novidades, publicito workshops por todo o país e continuo a fazer consultas de Feng Shui.
Um dia encontro-me com uma amiga que já não vejo há muito tempo. Assim que me vê rasga um largo sorriso enquanto me diz:
- Uau, parabéns! Está tudo a correr super bem!!!
Não, não está.
Não está tudo a correr super bem.
Algumas coisas correm bem, outras não. Algumas coisas correm bem durante um certo tempo, mas depois não. Algumas coisas pareciam estar a correr bem, mas afinal não estão.
Infelizmente, nem todos os workshops que publicito acabam por se realizar. (Simplesmente não há inscrições suficientes.) Nem todas as publicações ou artigos que escrevo têm feedback do lado de lá. (Lá porque é interessante para mim não significa que também o é para os outros.) Não tenho a agenda cheia de consultas para fazer. (É o que acontece quando inconscientemente bloqueio o meu trabalho, mas só mais tarde é que percebo porquê.) O espaço que abri com uma amiga não deu certo para mim. (A razão é a mesma que a anterior.) E ninguém me garante que aquilo que ainda está para vir vai ter sucesso. (Mas a minha única opção é acreditar que sim.)
Por detrás de cada pessoa de sucesso estão muitos anos de insucesso – Bob Brown
As redes sociais são fantásticas, mas só mostram uma parte da realidade. E aquela que mostra, muitas vezes, nem significa nada. Os eventos anunciados são um bom exemplo disso.
Sabes quantos workshops já realizei apenas para 4 pessoas?
Sabes em que sítios é que já tive de dormir para que as despesas que tenho não sejam superiores ao valor total que essas 4 pessoas me pagaram?
Sabes quantos eventos marcados não se realizaram?
Sabes quantas vezes tenho de pedir dinheiro emprestado à minha mãe porque o que fiz falhou ou está a falhar?
Sabes tudo o que tenho estado a abdicar para que um dia possa ver aquilo em que acredito materializar-se à minha frente? (Jantares e saídas com os amigos, férias fora de casa, inscrições em ginásios ou noutras atividades, idas às compras, casa própria e outras coisas mais.)
Sabes o que já perdi, e quem já perdi, ao longo de todo este processo? Porque também eu erro? Porque também eu estou a aprender?
Sabes o quão só se sente por se estar a fazer um caminho em que mais ninguém acredita?
Ser bem-sucedido não é fácil. Ser bem-sucedido não é para todos. O preço é alto, mas eu estou disposta a pagá-lo!
Hoje vou fazer o que outros não fazem, para que amanhã possa fazer o que outros não conseguem – Jerry Rice
No mês passado uma amiga minha perguntou-me por onde é que eu andava. Era suposto eu estar em Aveiro a dar um workshop. Não estava. Estava em casa. A conversa, por mensagem, foi assim:
- Não foste para Aveiro?
- Não. Não tive inscrições suficientes.
- Oh, que treta. Mas em Lisboa correu bem. E qual é o próximo?
- Seria em Viana do Castelo, mas também não vai haver. Não há inscrições.
- A sério? Bolas.
- Ya.
- E tu como estás? Acredito que deves estar desanimada.
- Já estive. Mas já não estou. Estou com outros planos. Vou mudar as coisas.
- Ainda bem. Admiro muito a tua determinação. Qualquer outra pessoa já tinha desistido. Eu incluída.
As conversas com os meus amigos não são sempre assim. Por vezes o que acontece é exatamente o oposto. Com a minha família também. Normalmente o que me dizem (ou pensam) é mais ou menos isto:
Porque não arranjas um part-time? Assim pelo menos ganhas algum dinheirinho seguro…
Até quando é que vais estar a tentar? Sabes, até os sonhos têm prazo de validade…
Pois, percebo. Mas não é nisso aquilo em que eu acredito. E aquilo em que eu sempre acreditei, mais cedo ou mais tarde, tornou-se realidade.
Não há comparação entre o que se perde por fracassar e o que se perde por não tentar – Francis Bacon
O mais engraçado disto tudo é que eu sinto-me bem. Apesar dos fracassos, das desilusões, das perdas, dos erros cometido e das montanhas-russas emocionais que inevitavelmente acabo por passar, a verdade é que eu estou bem.
Seja porque já fiz, e continuo a fazer, muito trabalho comigo mesma; seja porque gosto bastante do que faço, independentemente das coisas não estarem (ainda) a correr da forma como eu gostaria; seja porque a fé que tenho em que tudo vai dar certo é maior do que qualquer sentimento de tristeza que possa surgir a determinada altura.
Para além de que nem tudo é assim tão mau.
O workshop que dei no mês de Março em Lisboa foi um sucesso. O feedback que recebo das pessoas a quem dou consultas é de tocar o coração. As pessoas que conheço ao longo deste meu caminho são uma verdadeira bênção. A liberdade que tenho em fazer o trabalho que quero e como quero é impagável. O carinho que recebo no final de cada evento que faço (mesmo que seja só para 4 pessoas), ou até mesmo nos comentários que fazem às minhas publicações, é inestimável.
A minha vida pode não ser (sempre) aquilo que parece, mas quando o é, é-o com muita intensidade, realização e felicidade. E isso eu não trocaria por nada…
“Não é Feng Shui o que tu vais fazer. Mas é o Feng Shui que te vai levar até lá.”
Foram exatamente estas as palavras que uma médium uma vez me disse, estava eu a iniciar o curso de três anos de Feng Shui. Mal sabia eu o quanto isto viria a ser verdade…
Foram exatamente estas as palavras que uma médium uma vez me disse, estava eu a iniciar o curso de três anos de Feng Shui. Mal sabia eu o quanto isto viria a ser verdade...
Começou tudo muito bem. Até saí na revista Sábado e tudo! Mas pouco a pouco, as coisas simplesmente deixaram de funcionar…
Não havia consultas. Não havia inscrições nos workshops. Não havia mais Feng Shui para mim.
E eu não conseguia perceber porquê.
Foi assustador. Fez-me ter dúvidas. E colocou-me em cima uma carrada de preocupações, juntamente com uma ansiedade descontrolada.
Na minha cabeça não fazia sentido o que estava a acontecer. Mas dentro de mim a conversa já era outra. Só que eu não sabia disso. Ou não queria saber, porque era mais confortável ficar ali.
De tanto se perder, uma hora a gente acerta o caminho - Autor desconhecido
Se não deixarmos que as emoções tomem conta de nós, e se formos totalmente honestos connosco próprios, acabaremos eventualmente por descobrir a resposta ao nosso “porquê que isto me está a acontecer?!”.
No fundo, nós até sabemos que as coisas (assim como estão) já não fazem mais sentido para nós. O problema é que nós não nos conseguimos libertar delas. Temos medo de acabar com o pouco que temos e de não saber o que vem a seguir.
Até que a vida se encarrega disso mesmo, tirando-nos aquilo que nós não conseguíamos largar.
É duro. É muito duro, não te vou mentir. Mas é nestas alturas que o melhor de nós costuma vir ao de cima. E é, também, nestas alturas que nós mais nos respeitamos, permitindo-nos fazer o que realmente vai de encontro àquilo que nós somos. Custe isso o que custar. Afinal de contas, já não há mais nada a perder mesmo…
Foi essa a razão que me levou a criar este novo site com uma nova imagem, a fazer conteúdos completamente diferentes para a minha página de Instagram e para o meu blog, e tantas outras coisas mais.
Já há algum tempo que me sentia um pouco presa no Feng Shui. Queria ser e fazer outras coisas mais, mas o rótulo de consultora não me deixava.
A metamorfose, contudo, já estava a acontecer. Só que eu não sabia como sair do casulo.
Até que não deu mais para aguentar. Quando não tens mais chão para pisar, não tens outra alternativa senão mudar de caminho.
Foi o que eu fiz.
Ajustei algumas coisas, mudei outras, mantendo ainda o Feng Shui comigo. Afinal de contas, é algo que vai fazer sempre parte da minha vida. Para além disso – e tal como disse a médium – é precisamente o Feng Shui que me vai levar até lá. O que é esse lá eu ainda não sei. Apenas sei que estou pronta para ele. :)
Nunca deixes de acreditar!
Quando eu era mais nova o meu pai virou-se para mim um dia e perguntou-me se eu não queria trabalhar na mesma instituição bancária onde ele trabalhava. Infelizmente não lhe dei a resposta que ele queria ouvir…
Quando eu era mais nova o meu pai virou-se para mim um dia e perguntou-me se eu não queria trabalhar no mesmo sítio onde ambos (os meus pais) trabalhavam: uma instituição bancária segura, que dava aos seus funcionários muitas regalias na altura.
A minha resposta foi imediata:
“Não. Eu não gosto desse trabalho.”
Ir atrás daquilo em que se acredita não é fácil
Sempre fui daquele tipo de pessoas que cresceu sem saber bem o que queria fazer “para o resto da minha vida”. Mas apesar de eu não saber o que queria fazer, havia coisas que eu sabia que não queria fazer. E já naquela altura sabia que não queria trabalhar atrás de uma secretária o resto da minha vida, porque isso não tinha nada a ver comigo.
A resposta do meu pai também foi imediata, mas bem mais audível e perentória do que a minha.
“És uma ingrata!” – disse ele.
Mas eu não era só ingrata. Eu era também muitas outras coisas que passavam pela cabeça das pessoas sempre que me perguntavam porquê que eu não ia trabalhar para o mesmo sítio onde os meus pais trabalhavam.
“Há quem tenha um trabalho e não o queira; e há quem queira um trabalho e não o tenha.” E eu, claramente, parecia fazer parte do primeiro grupo…
Anos mais tarde um tio meu perguntou-me o que é que eu um dia queria fazer da minha vida, ao que eu respondi (também de imediato):
“Eu quero trabalhar numa coisa que goste.”
Bom, imediatamente também ele me respondeu:
“Raquel, tu vives no mundo da utopia… Ninguém faz o que gosta!”
Agora, para além de ingrata e de outras coisas mais, também era uma sonhadora irrealista.
Estava, assim, oficialmente sozinha no mundo com a minha maneira de ser e de pensar…
Até que aos 26 anos decidi tirar o curso de Design de Interiores. Achava que já tinha descoberto o que queria fazer “para o resto da minha vida” e por isso fui contar ao meu tio o que estava a pensar fazer. O seu veredicto final – depois de me ter feito ponderar sobre a minha decisão tendo em conta o desemprego que já existia nessas áreas – foi este:
“Raquel, não é para agourar, mas isso nunca vai dar certo!”
Não, agora é que eu estava mesmo sozinha! E ainda por cima a não bater lá muito bem da cabeça. Mas, lá fui eu na mesma com a minha loucura para onde queria…
Quando terminei a licenciatura de 3 anos de Decoração – que adorei fazer, o que para mim já compensava o investimento que tinha feito – inscrevi-me no curso de 3 anos de Feng Shui. Achava que os dois iam bem juntos e que o Feng Shui podia ser uma mais-valia para a minha “nova profissão”.
Até que aos poucos, e como quem não quer a coisa, fui-me apercebendo daquilo que realmente me fazia vibrar. Não, não é o que eu gosto de fazer. É o que me faz vibrar! É o que me faz ficar, quando é preciso, dias inteiros atrás de uma secretária a montar cursos ou workshops, adorando cada segundo que passa!
Que ironia do destino, não?
Mas vale a pena
Não sei porquê, mas sempre acreditei na máxima nada é impossível. Mesmo quando todos à minha volta me diziam o contrário. Mesmo quando ainda hoje me dizem para largar tudo e deixar de sonhar.
No entanto, tenho de ser honesta contigo e dizer que não é nada fácil ir atrás daquilo em que se acredita.
Primeiro porque estamos sozinhos neste barco.
Segundo porque leva tempo até chegarmos lá.
E terceiro porque dá trabalho. Dá mesmo muito trabalho!
Para além de (aparentar) ser um tiro no escuro. Afinal de contas, quem é que me garante que eu consigo lá chegar?
Mas felizmente que existem milhares de pessoas no mundo que nos provam, com a sua própria história de vida, que é possível chegar até onde queremos. E às vezes até nem é “contra tudo e contra todos”. É contra nós mesmos! Contra os nossos próprios medos, dúvidas e inseguranças. Contra a nossa própria indolência e falta de paciência para chegarmos “lá”. E isto não se aplica apenas ao trabalho, mas sim a qualquer área da nossa vida. Pois até mesmo nos relacionamentos, por exemplo, é preciso trabalhar para se chegar “lá”.
É por isso que eu adoro trabalhar com pessoas. Porque eu acredito nelas, mesmo antes de elas acreditarem nelas próprias. Porque eu acredito que qualquer um pode chegar “lá”, mesmo quando parte do seu sonho já morreu algures pelo caminho.
E faço isto não só no meu trabalho, mas em qualquer altura ou circunstância da minha vida. Até quando estou com os pés de molho a ouvir a minha esteticista a falar das suas inseguranças em relação ao seu novo projeto.
Porque “isto” não é apenas o meu trabalho. “Isto” é aquilo que eu sou! Algo que, infelizmente, o meu pai, o meu tio e tantas outras pessoas não se permitem descobrir sobre elas próprias.