Capítulo VI - Udaipur
Dia 15 de Agosto de 2012 || 23h10 – Udaipur (The Lake City)
Hoje o caminho para Udaipur foi longo. Primeiro porque havia uma estrada que estava completamente destruída pela chuva e o trânsito estava parado por isso. Até que conseguimos mudar de caminho. Não melhorou assim tanto (não havia era camiões), até porque, da maneira como é a Índia, chove torrencialmente por uma hora e fica logo tudo num caos. Segundo porque parámos num templo lindíssimo a caminho daqui. E pela primeira vez vi um pouco de “espiritualidade” quando um dos “padres” do templo se pôs a ensinar a uns turistas como meditar. E então, em posição de ioga sentado, lá se pôs a entoar um cântico muito agradável de se ouvir.
Mas melhor que isto, para mim, foi o caminho que fizemos do templo até Udaipur – entre montanhas e verde. Muito verde! Foi lindo. Parecia que nem estava na Índia. Que paisagens deliciosas. O ar era fresco e por isso fomos o resto do caminho de janelas abertas. Realmente começo a chegar à conclusão que estar entre a natureza é que é viver um momento de verdadeira espiritualidade.
Até ao templo fomos sempre atrás do carro das espanholas. No caminho encontrei a espanhola com quem estive a falar ontem à noite no hotel em Jodhpur, mais a amiga com quem viaja. E foi com elas que acabei por passar a noite (estamos no mesmo hotel). E amanhã vou visitar a cidade com elas. Isto porque o meu motorista viu que eu também as conhecia, e então já não ligou para o motorista das outras. Enfim, eu já não digo nada. Eu só não quero é estar sozinha.
Dia 16-08-2012 || 23h00 – Udaipur
Udaipur foi das cidades que eu mais gostei até agora. Talvez porque tem um lago, talvez porque está entre montanhas, ou talvez porque foi a cidade que algumas vezes me pareceu menos com a Índia caótica e feia que tenho conhecido.
Hoje estive com as espanholas Maite e Lola. De manhã fomos a um pequeno parque que os nossos condutores nos levaram. E depois ficámos por nossa conta. Fomos ao city palace, o palácio principal da cidade, e que eu gostei muito. Já era hora do almoço, mas ainda fomos a um templo que está mesmo ao lado. Enquanto elas ficaram a ouvir os cânticos eu fui tirar fotos com o maquinão da Maite, porque entretanto já tinha ficado sem bateria na minha máquina fotográfica.
Fomos almoçar a um roof top restaurante, como todos os que há aqui (e nas outras cidades também), e pela primeira vez conheci um casal (já adulto) de portugueses!!! Mal percebi que estavam a falar em português fui logo ter com eles! E ficámos a conversar um pouco. Que bem que me soube falar um bocadinho de português em terras indianas.
Depois do almoço fomos andar de barco pelo lago da cidade (adorei! adoro a água…). Queríamos deixar o resto do dia para passar nas ruas estreitas de Udaipur, cheias de pequenas lojas feitas especialmente para os turistas. No entanto, o senhor do tuc-tuc que nos levou e trouxe até ao barco fez a sua última paragem na loja onde o seu filho vendia pinturas em miniatura (só podia!). Ficámos mais de uma hora (serviram-nos chá), e já muito estoiradas acabámos por levar uns “regalos para nosotras” para pôr em casa. Entretanto já eram quase 19h e esta era a hora para irmos ver umas danças tradicionais. Eu queria ir pelas ruas adentro, ver mais lojas, tirar umas quantas fotos, trocando as danças por isto mas elas não. O problema é que eu tinha medo de me perder sozinha porque isto é muito confuso. No final, não fui nem ver mais lojas, nem às danças porque não me apeteceu. E agora arrependo-me de não ter feito nem uma coisa nem outra (elas encontraram a Leticia e a Irene nas danças).
Amanhã vou a Pushkar sozinha (oh). E agora só encontro a Leticia e a Irene em Jaipur no 2º dia (se o meu condutor quiser!), e a Maite e a Lola no voo para casa.
Espero continuar a ter sorte, e conseguir arranjar companhia para o resto dos meus destinos: Pushkar, Jaipur, Agra e Varanasi. A verdade é que estas companhias têm sido ouro para mim.